terça-feira, 5 de fevereiro de 2008

A cacimba

A cacimba
(Zé da Luz)
Nessa poesia, a irreverência é o grande marco de Zé da Luz...

Tá vendo aquela cacimba
lá na bêra do riacho
im riba da ribanceira
qui fica assim pru dibáxo
de um pé de tamarinêra.

Pois um magote de moça
quage toda manhanzinha
forma assim aquela tuia
na bêra da cacimbinha
prá tumar banho de cuia.

Eu não sei pruquê razão
as águas dessa nacente,
as águas que ali se vê,
tem um gosto diferente
das cacimbas de bêbê...

As águas da cacimbinha
tem um gôsto mais mió
Nem sargada, nem insôça
Tem um gostim do suó
do suvaco dessas môça...

Quando eu vejo essa cacimba
qui inspio a minha cara
e a cara torno a inspiá,
naquelas águas quiláras,
Pego logo a desejá...

...Desejo, prá quê negá?
Desejo ser um caçote
cum dois óio dêsse tamanho
Prá ver aquele magote
de môça tumando banho!

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