segunda-feira, 25 de junho de 2018

Certa vez ouvi numa mesa de buteco em campina grande, uma poesia declamada por um dos "Pé inchado" que alisava tamborete no balcao do buteco:


O PEIDO QUE A VÉIA DEU.

A véia tinha comido
na gamela do jumento,
arroz, feijao e linguiça,
pimenta e peba dormido,
foi tao grande o estampido,
que se ouviu no pajeú,
o peido que véia deu,
quase nao coube no cú!
Há muito tempo, na faculdade de direito da UEPB em Campina Grande, um amigo relatou-me que seu avô ganhara certa vez, um jerimum de seu compadre e amigo, e que ao cozinha-lo, viu que o regalo era tão ruim que só servia pra dar pros porcos, então resolveu fazer uma pequena poesia em homenagem ao presente de seu amigo:

O JERIMUM DO LUCAS.


Lucas deu-me um jerimum
desses de ponta de rama,
era mole que nem lama,
tinha água que nem coco,
cresceu em cima dum toco,
no sopé daquela serra,
fui o jerimum mais ruim,
q`eu  vi na face da terra!

terça-feira, 12 de junho de 2018




A cacimba (cordel de Zé da Luz)




Tá vendo aquela cacimba
Lá na bêra do riacho,
Im riba da ribancêra,
Qui fica, assim, pru dibaxo
De um pé de tamarinêra?



Pois, um magote de môça
Quage toda menhanzinha,
Foima, assim, aquela tuia,
Na bêra da cacimbinha
Tomando banho de cuia!


Eu não sei pru quê razão,
As águas dessa nacente,
As águas qui alí se vê,
Tem um gosto deferente
Das cacimba de bêbê…


As águas da cacimbinha
Tem um gôsto mais mió.
Nem sargada, nem insôça…
Tem um gostim do suó
Dos suvaco déssas môça…


Quando eu vejo essa cacimba,
Qui inspio a minha cara
naquelas águas quilara,
Pego logo a desejá…


…Desejo, pra que negá?
Desejo ser um caçote,
Cum dois óio desse tamanho!
Pra vê, aquele magóte
De môça tumando banho!

segunda-feira, 11 de junho de 2018

MORREU MARIA PREÁ!
(Cordel atribuido a Itanildo Medeiros.)
Morreu Maria Preá!!!  
Esse ditado famoso 
eu comecei pesquisar 
porque fiquei curioso.
Depois de revirar tudo
descobri com muito estudo
e pergunta em banda de lata,
que um padre num interior
 tinha um chamego, um amor,
 um caso com uma beata.
Bonita e muito formosa
Maria Preá é o seu nome
essa beata fogosa
do padre tirava a fome,
e sempre que ele podia
com ela ele se escondia
pra poderem se agarrar
Mas um dia o sacristão
flagrou os dois num colchão
o padre e Maria Preá.
E depois dessa orgia
o padre perdeu o sossego
O sacristão todo dia
alegava esse chamego
chantageava o vigário
fazia ele de otário
ameaçando contar
Deixava o padre com medo
que vazasse esse segredo
dele e Maria Preá.
Sem saber o que fizesse
com o sacristão lhe explorando
pois tudo que ele quisesse
o padre ia logo dando
com medo que a cidade
descobrindo essa verdade
ficasse escandalizada
pediu a Deus uma luz
pra lhe tirar dessa cruz
dessa exploração cerrada
Até que um dia o vigário
viajou pra ali pertinho
Foi rezar um novenárion
um município vizinho
Esqueceu de um documento
e notando o esquecimento
parou no meio da estrada
deu meia volta e voltou
mas quando em casa chegou
Ah, que surpresa danada!
O padre entrando apressado
na casa paroquial
viu o sacristão curvado
em decúbito dorsal
nu da cintura pra baixo
por trás dele um outro macho
numa movimentação
que o padre, vendo notava
que o rapaz atolava
as fezes do sacristão.
Assistindo aquela cena
mas lembrando do passado
o padre ficou com pena
e também aliviado
Mas, mesmo com a vergonha
daquela cena medonha
o padre gritou de lá:
- Sacristão, se oriente, 
pois, pra nós, daqui pra frente,
morreu Maria Preá!!!